Crítica | Família Mitchells e a Revolta das Máquinas: Sony mais uma vez eleva suas animações e traz uma ótima produção para toda a família

Crítica | Família Mitchells e a Revolta das Máquinas: Sony mais uma vez eleva suas animações e traz uma ótima produção para toda a família

5 Maio, 2021 0 Por Murilo Fagundes

Família Mitchells e a Revolta das Máquinas, mostra a elevação e singularidade da Sony em um mundo de animações dominado por Disney/Pixar.

Todo mundo sabe que quando se fala em animações, logo vem na cabeça Disney/Pixar, não é novidade levando em consideração seu enorme catalogo de sucesso, tanto de público quanto de crítica, que foi adquirido e monopolizado por anos. Mas ainda assim a Sony Animations parece estar disposta e renovar e crescer o seu estúdio, nos últimos anos tivemos um dos maiores sucessos com Homem-Aranha no Aranhaverso (2018) e agora o recém-chegado Família Mitchells e a Revolta das maquinas, que por conta da pandemia acabou sendo distribuído pela Netflix.

Reprodução: Netflix

Com uma premissa interessante, onde o mundo se ver dominado pela tecnologia, onde ela ganha vida e pretende se livra da raça humana, o longa agarra a situações cotidianas, com uma crítica social e muita singularidade em sua produção. O filme que traz a dupla que produziu Aranhaverso (Phil Lord e Cristopher Miller), ainda assim consegue entregar uma originalidade perceptível quanto sua narrativa cativante e divertida.

O filme começa quando Rick Mitchell, o pai, resolve fazer uma viagem com toda família no intuito de aproximarem e ter seus últimos momentos com Kattie Mitchell, sua filha mais velha, que está prestes a entrar na faculdade de cinema. O que eles não esperavam e que PAL, uma inteligência artificial, ia tomar o controle de todas as máquinas e se revoltar contra a humanidade.

Reprodução: Netflix

O filme prende logo no início, te introduzido à primeira vista ao apocalipse causado e depois nos levando a como chegou a esse apocalipse. Com um roteiro cotidiano, que trabalha o vício do ser humano em celulares e na tecnologia no geral, ele abre espaços para como ela pode atrapalhar relações e mostrando como ela facilita ou dificulta comunicações, uma sacada muito interessante do roteiro escrito por Michael Rianda e Jeff Rowe, que usa desse artificio conhecido por nós para aproximarmos a família que estamos assistindo.

Um dos vários pontos positivos que a obra carrega é a personalidade de cada personagem, que consegue transmitir toda sua singularidade até mesmo os que não possuem falas, como no caso do cachorrinho da família que se mostra presente e interessante dando cenas cômicas e se tornando importante em cenas especificas do filme.

O filme carrega referências muito expressivas e bem colocadas, que passa na era da internet, memes, presença de redes sociais como Instagram e YouTube são peças fundamentais, colocando a ideia da perfeição e os desafios entre pessoas e como lidamos com a tecnologia. O filme ainda carrega referências a obras já conhecidas como O Exterminador do Futuro, Mad Max e até mesmo Madrugada dos Mortos, referências que na maioria das vezes sai da protagonista, casando totalmente com sua personalidade de amante de cinema.

Reprodução: Netflix

A experiência visual do filme segue uma linha extremamente original, o trabalho de cor e de traços casam de forma excelente com o trabalho de som, elevando o nível da experiência. O filme utiliza de alguns clichês, mas mesmo quando se apropria deles, ele utiliza mostrando a preocupação do filme com sua mensagem principal e sua originalidade.

No final de tudo, Familia Mitchelles a Revolta das Máquinas, mostra ser uma obra visualmente original que usa se um assunto presente, em uma narrativa frenética para falar sobre amor, união, família, despedida e principalmente a aceitação das diferenças e a importância de relações e o bom uso das comunicações em uma era que temas como esses estão cada vez mais ausentes na sociedade.