Primeiras impressões | Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado: A série slasher que mata na direção

Primeiras impressões | Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado: A série slasher que mata na direção

18 Outubro, 2021 0 Por Ida Carolina Curty

Sendo um dos principais filmes do subgênero de terror, classificado como slasher, Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado se consagrou um clássico nos anos 90.

Esse clássico ganhou uma nova versão de mesmo nome, ambos baseado em um livro de 1973, escrito por Lois Duncan, dessa vez em forma de série, criada e roteirizada por Sara Goodman (Preacher).

A base da série é a mesma do filme: um grupo de adolescentes bêbados que, voltando de uma festa, acabam atropelando uma pessoa e decidem ocultar o cadáver para não prejudicarem seu futuro, até então, promissor. A diferença para com o filme está nos detalhes, à série começa com Lennon (Madison Iseman) voltando para sua cidade e levantando um grande questionamento acerca de sua identidade e de seus amigos, questionando sobre sua superficialidade e sobre o que cada um esconde. Quando ela chega a seu quarto temos a clássica cena do espelho.

Somos, então, jogados ao verão passado e apresentados aos amigos de Lennon: Margot (Brianne Tju), Riley (Ashley), Dylan (Ezekiel Goodman) e Johnny (Sebastian Amoruso). Ao contrário do filme, que são quatro amigos no atropelamento, na série temos cinco, contando com a Lennon. Senti, na festa de formatura, que a série quis trazer uma pegada de Euphoria, com bastante luz, drogas e sexo, e uma protagonista bastante problemática, não funcionou. E, ao contrário do filme, na série, o tempo de tela dos personagens é maior, como consequência o apego a eles também, o que nos leva a ter maior empatia e tristeza quanto aos assassinatos. E a diferença social de cada um dos amigos também é um fator importante para se levar em conta quando se pensa em empatia.

Reprodução: Amazon Prime Video

Falando em assassinatos, a série deixou de lado o assassino do gancho e deu lugar a um assassino sem rosto, sem identidade, e um assassino mais inteligente, mais misterioso. Ao longo dos quatro episódios, disponibilizados pela Amazon, podemos até criar algumas teorias de quem é o assassino, mas a verdade é que não temos nada concreto até o momento, nem sabemos se ele quer de fato vingança, visto que, como no filme, mata pessoas que não tiveram envolvimento com o atropelamento e a ocultação do cadáver, só o que sabemos é que seus assassinatos são brutais e que há muitos mistérios envolvendo os personagens na cidade.

No mais, a série ficou em aberto, não entendi se ela é um slasher, visto que os assassinatos ficam longe do olhar do público, se é um suspense, se é uma série policial, ainda não sei. O roteiro é inconsistente, acaba por limitar a atuação dos personagens que poderiam abrilhantar a trama, e também há alguns erros de direção grotescos que por vezes temos que relevar para seguir na história. O misto de roteiro e direção limita a atuação, não só da Madison Iseman, que já se desdobra em duas (literalmente), mas também prejudica os personagens secundários, que estão mais preocupados com seus segredos do que por serem mortos por um serial killer. Mas é palpável que o elenco é talentoso, ainda há tempo para vermos o desenrolar dessa trama e torcer para esses erros terem sido corrigidos ao longo dos episódios restantes.

Só o que sabemos é que os quatro primeiros episódios foram disponibilizados no serviço de streaming da Amazon Prime Video, e novos episódios serão lançados toda sexta-feira.