22 anos de ‘X-Men’, um dos filmes mais importantes da cultura pop

O primeiro filme dos mutantes chegou ao cinema.

Quando falamos de filmes de super heróis em 2022, chegamos a uma quase saturação do gênero. Óbvio que quando analisamos o contexto do cinema no geral diversos gêneros saturam, foi assim com filmes de faroeste, comédias besteirol e até mesmo alguns subgêneros do terror. Mas é importante citar que todos esses gêneros tiveram um começo, e dentro cinema de heróis, é inegável a participação de X-Men, filme de 2000.

Antes de se tornar a febre que é hoje, poucas adaptações de quadrinhos de heróis eram lançadas, até alguns memoráveis podemos citar, Superman (1978), dirigido por Richard Donner, Batman do Tim Burton de 1989 e filmes como Demolidor, Blade e até mesmo o criticado Batman e Robin de 1997. 

E nesse cenário de filmes soltos, muitas vezes sem muitas expectativas surge o clássico X-Men, um dos catalizadores do gênero dentro da sétima arte é um verdadeiro presente para os fãs da equipe dos quadrinhos. O filme que colocou o que vinha a se tornar um dos trios mais icônicos do cinema, Patrick Stewart, como Professor Xavier, Ian Mckellen como Magneto e Hugh Jackman, no memorável Wolverine além de contar também com nomes como Halle Berry (Tempestade), Famke Janssen (Jean Grey), James Marsden (Scott Summers), Anna Paquin (Vampira) e Rebecca Romijn (Mística). 

Mas por que de tanto sucesso? O filme conta com uma enorme fidelidade aos quadrinhos, além de mergulhar na mitologia dos mutantes de forma muito certeira e bonita, traduzindo a narrativa principal do quadrinho em analogias cotidianas para uma tela de cinema. Os X-Men estiveram presentes em várias infâncias de várias épocas diferentes, desde seu surgimento nos quadrinhos dos anos 70, a equipe ganhou uma gigantesca popularidade, seguindo para sua animação dos anos 90 até chegar em sua clássica primeira trilogia dos anos 2000. Sendo assim a responsabilidade em cima desse live action era enorme, pois já carregava o peso da popularidade e do carinho dos fãs.

O filme foi um sucesso de crítica e bilheteria no mundo, com uma história que girava em torno de preconceito e marginalização dentro de uma visceral violência de direitos, ele explorava conflitos reais de toda uma construção social, dentro de uma analogia de mutantes vs humanos representada pelos poderes que regem a sociedade e ainda conflito de mutantes vs mutantes, representada na figura do Professor Xavier, que acreditava na coexistência pacífica entre humanos e os portadores do gene x e o Magneto que acreditava na superioridade mutante, trazendo esse debate icônico dos quadrinhos pro cinema, trabalhando de forma cuidadosa, orgânica, sentimental e extremamente política.

Talvez um dos maiores pontos dos X-Men é a sua mensagem que consegue viajar no tempo sem se tornar algo datado ou obsoleto, talvez o fato da sociedade em que vivemos se recusar a evoluir, deixando o preconceito, o consumismo desacerbado e um sistema que baseia do poder e na exploração dos direitos carregar uma sociedade por tanto tempo. Sendo assim não sabemos se as histórias contadas em quadrinhos dos anos 60, ou em filmes dos anos 2000 são atuais ou apenas nós que somos atrasados a ponto de não perceber. E dentro desse cenário caótico da nossa sociedade, o filme mistura todas essas discussões pegando grupos historicamente marginalizados, transformando-os em mutantes.

O filme de 2000, é um emaranhado de acertos em um brilhante universo estabelecido, cheio de críticas explícitas e implícitas a uma sociedade defasada com políticas exploratórias, tudo isso interpretado por um elenco disposto a carregar uma mensagem de forma brilhante. Sendo assim, é impossível falar de cultura pop sem citar essa adaptação que de fato abriu portas para muitos outros filmes, não só dos X-mens mais outros diversos grupos.