‘Sandman’ e a majestosa obra de Neil Gaiman na Netflix

‘Sandman’ e a majestosa obra de Neil Gaiman na Netflix

11 Agosto, 2022 0 Por Matheus Luccarelli
Uma das maiores obras dos quadrinhos já está disponível na plataforma.

Desde que a adaptação foi anunciada houve um receio do que poderia vir: O medo de Sandman cair na marvetização, acabar deixando de lado elementos importantes a fim de deixá-la mais comercial e deixar de lado tudo que a obra de Neil Gaiman nos oferece. Mas para minha surpresa e de muitos fãs, o que foi entregue foi uma obra impecável, mesmo tendo demorado 30 anos para o projeto sair do papel, valeu a pena toda essa espera.

Nas HQs tudo é muito bem aprofundado, a ponto de alguns trechos serem gore, mas na adaptação para a Netflix, a sutileza de tratar assuntos que até hoje é tido como tabu, foram abordados de uma forma singela e profunda. Um exemplo é o episódio 6 onde a Morte, interpretada por Kirby Howell-Baptiste, conversa com seu irmão Morpheus, interpretado por Tom Sturridge tem uma longa conversa na qual ela o coloca na parede, fazendo Morpheus pensar sobre si, sua existência e seu papel, afinal os 7 Pertétuos são entidades cósmicas que ao meu ponto de vista acaba sendo o pilar de toda humanidade.

Reprodução: Netflix

A série é dividida em duas partes, a primeira em Prelúdios e Noturnos e a segunda A Casa de Bonecas. Na primeira parte é apresentado alguns personagens, a importância que o Sonhar tem para nossa realidade, este plano. Essa parte também mostra todo estrago que foi feito pela sua ausência, quando Morpheus esteve preso com o ocultista Roderick Burgess. Mesmo com sua morte, Morpheus ficou preso até conseguir se libertar, então é a partir daí que começa toda labuta do Sandman, indo atrás das suas jóias, seus artefatos mágicos, o saquinho de areia, o elmo e a rubi.

Durante todo processo de busca o senhor do Sonhar precisou buscar um pouco por aí, seu saquinho de areia foi parar nas mãos de Johanna Constantine, ancestral de John Constantine, adaptação que a DC junto a Netflix precisaram fazer por questões contratuais. Uma pena. Uma cena que muito triste e que chama atenção, mostra que a ex-namorada de Johanna está com o saquinho de areia, deixando ela em estado vegetativo e vivendo num looping eterno de sono. Quando Morpheus tenta separá-lo dela é agonizante, ela volta para realidade porque o que a mantém viva é o saquinho. A fim de amenizar sua dor e pegar o que é seu, Morpheus induz ela em um sono profundo para que possa morrer em paz e sem dor.


Já o rubi foi parar nas mãos de um psicótico fugitivo do psiquiatra, com o rubi ele acreditava que poderia mudar o mundo, o tornando mais “verdadeiro” e sem mentiras. E por último, o Elmo que estava no inferno com um demônio, Morpheus foi ao encontro de Lúcifer, a Estrela da Manhã interpretado por Gwendoline Christie. Para recuperá-lo para isso seria necessário um duelo de palavras, confesso que me fez cair num profundo estado reflexivo, mas no final de tudo ele consegue recuperar seus 3 objetos.

Já em a Casa de Bonecas, a fotografia da série já muda, tornando tudo mais colorido e vivo. Muitas pontas ficaram soltas na primeira parte, na segunda, apesar de ser um pouco mais devagar, com desenvolvimento indo em outra direção ele deixa lacunas que podem claramente vir novas temporadas, o universo que Neil Gaiman criou ao longo dos 8 anos em que ele escreveu teremos mais de Sandman porque até o momento na série foi apresentado, Sonho, Morte, Desespero e Desejo faltando Delirium, Destino e Destruição.

Você pode conhecer mais sobre Sandman no nosso guia de leitura, bons sonhos.