‘A Orfã 2’ vem pra mostrar que a produção não deve ser levada a sério

‘A Orfã 2’ vem pra mostrar que a produção não deve ser levada a sério

15 Setembro, 2022 0 Por Matheus Luccarelli
Apelando par a memória afetiva, o filme traz a icônica Esther.

Esther Albright está de volta para nos mostrar sua mente perversa e instável nesta prequela do filme original de 2009, depois de orquestrar uma brilhante fuga de uma clínica psiquiátrica da Estônia. A produção sob a direção de Jaume Collet-Serra foi lançada em 24 de julho de 2009. Nele, Esther (Isabelle Fuhrman) é uma mulher de 30 anos que se passa por uma garota de 11 anos.

A Órfã 2 é um filme que você deve assistir pela diversão e entretenimento, sem intuito de chegar em algum lugar além de tirar boas risadas com cenas óbvias e replicadas do primeiro filme. Comparando com toda cronologia da personagem principal, existe uma inocência por parte dos personagens em ver que aquela moça não tem 11 anos. E detalhe, durante as gravações os atores precisaram usar plataformas para dar a perspectiva de que ela tem estatura de uma criança. Existe tosqueiras, e claro, a falta de criatividade do diretor em basicamente replicar tudo que já vimos. O filme facilmente poderia ter dado mais certo se tivesse acompanhado o hype da década passada. 

Isso mostra a falta de criatividade do diretor e de boa parte da indústria do cinema, que em vez de criar boas histórias do zero, ou trabalhar nessa imensidão de filmes que são lançados e não tem a devida oportunidade e o orçamento que este teve, optam pela memória afetiva do público. Hábito que estamos vendo bastante pós-pandemia que é mais fácil surfar em hype antigo do que começar algo desde o começo. Estou falando de uma produção que tem a distribuição em grande escala, mediocridade assim vemos em filmes trash e está tudo bem, já que essa é sua proposta.

Reprodução: Divulgação

Pelo menos o que salvou o filme foi o plot-twist que o diretor insere do meio para o final, foi isto que colocou o filme nos trilhos e assim conseguiu acompanhar até o final no mesmo ritmo, dando o mesmo desfecho que é apresentado no começo do filme anterior. Tricia Albright (Julia Stiles), mãe de Esther, desde o começo está bastante receosa pela chegada da sua filha, parte de todo esse receio também vem filho mais velho Gunnar Albright (Matthew Finlan) que trata Esther com desdém. Além disso tem o pai, que é um artista afastado das galerias em estado depressivo, em um luto pela perda da filha que até então estava desaparecida.

O que acabou sendo o ponto alto do filme foi a revelação de que a verdadeira garota está morta e que foi assassinada por Gunnar Albright, o filho mais velho após uma brincadeira. Já Tricia não queria ver sua família destruída e acabou acobertando o filho. A partir deste ponto o filme começa a se tornar outra coisa, o foco principal acaba sendo a matriarca que tem na palma da sua mão a falsa Esther, a impostora. O filme se torna um jogo de armadilhas, envenenamento e tentativa de homicídios, reviravolta digna de novela do SBT nas perspectivas de um filme de horror. Durante o filme Esther apresenta atitudes que de qualquer pessoa normal chamaria atenção, como o cheiro do cigarro e hálito de álcool, mas para eles parece comum uma criança com esse tipo de hábito. 

Filme interessante e legal para um dia em que você não queira pensar em criar teorias das coisas absurdas que é jogado pra nós nas duas horas de filme. Mesmo com atuações bacanas, é um filme que facilmente pode ser esquecível e deixado de lado.