‘The Idol’ Só é ruim pra quem achou que seria boa…

‘The Idol’ Só é ruim pra quem achou que seria boa…

5 Junho, 2023 0 Por Murilo Fagundes

Logo após o estrondoso sucesso da primeira temporada de Euphoria, o público ansiava por mais insights da mente do diretor e roteirista estreante Sam Levinson. No entanto, talvez tenhamos superestimado suas habilidades, pois tudo o que se seguiu foi uma sequência de decepções, desde Malcolm & Marie (2020), passando pela segunda temporada de Euphoria e culminando em The Idol, uma série da HBO em parceria com a A24 que quebra completamente o mito de que os estúdios só produzem obras de qualidade.

A série, que teve sua estreia no prestigioso Festival de Cannes, falhou em causar qualquer impacto ou gerar polêmica, visto que todas as críticas foram negativas, sem nenhum destaque positivo. Mas será que ela é realmente tão ruim quanto os críticos afirmam? A verdade é que, com a estreia no último domingo, confirmamos que sim, ela é realmente ruim. Não apenas pela sexualização exagerada que tenta passar por erotismo, mas também pela falta de substância no roteiro, enredo, trilha sonora e elenco.

A série começa apresentando Jocelyn (interpretada por Lily Rose Deep), uma controversa estrela pop, que se envolve em uma polêmica após o vazamento de uma foto. No entanto, metade do episódio é gasto em esconder o conteúdo da foto, falhando miseravelmente ao tentar nos convencer de que Jocelyn é uma grande estrela pop. Na verdade, tudo o que temos são longos minutos focados nos seios da protagonista, o que não é surpreendente, considerando que se trata da HBO. O verdadeiro choque é imaginar que alguém realmente acredita que ela seja uma atriz, ou que “Jocelyn” seja um bom nome para uma estrela pop. Obviamente, a atriz não carrega toda a culpa por um roteiro horrível, uma vez que somos apresentados a vários outros personagens interpretados por diferentes atores (muitos personagens e poucos atores).

Reprodução: HBO

Enquanto isso, o episódio tenta se desenvolver, mostrando o quão sexy Jocelyn é em uma sessão de fotos, em seguida, o quão sexy ela é usando um biquíni minúsculo durante um ensaio de coreografia e, por fim, revelando o primeiro plot do episódio, que é quando ela descobre o vazamento da foto. Tanto suspense para nada, já que ela tenta nos convencer de que estava chocada, mas falha miseravelmente e, novamente, acaba sendo sexy em uma balada, onde é introduzido o segundo plot que provavelmente conduzirá a série: o encontro da cantora com o dono de uma boate, Tedros, interpretado pelo cantor The Weeknd, que um dia acordou achando que podia atuar, entregando uma atuação que só não é pior que sua caracterização que mira em um proprietário de boate excêntrico e misterioso e acerta num cafetão de algum filme italiano de baixo orçamento.

Reprodução: HBO

No entanto, nem tudo é ruim no episódio. A personagem Leia, interpretada pela talentosa novata Rachel Sennott, que reprisa seu papel de Morte, Morte, Morte (2022), é incrível. Além disso, temos um breve momento em que a música “Like a Prayer” da Madonna toca, aliviando a tensão de uma cena básica com uma música verdadeiramente boa de uma artista que realmente foi polêmica e controversa.

The Idol começou muito mal e sinceramente acho difícil que melhore. O que temos é um roteiro terrível com um enredo duvidoso, sustentado por um elenco incapaz de sustentá-lo, e uma trilha sonora que tenta ser “fresh” mas falha em sua proposta.