Vermelho, Branco e Sangue Azul: Bobo e gostoso, como uma comédia romântica tem que ser!

Vermelho, Branco e Sangue Azul: Bobo e gostoso, como uma comédia romântica tem que ser!

18 Agosto, 2023 0 Por Murilo Fagundes
Com grandes expectativas e uma boa quantidade de fãs da obra literária, Vermelho, Branco e Sangue Azul consegue trazer uma comédia romântica daquelas que realmente são gostosas de assistir.

Assim como o terror fez parte da década de 90 e início dos anos 2000, as comédias românticas tomaram conta dos anos 2000 em peso. O cinema estava recheado de obras que não tinham um grande propósito além de uma história de amor que daria certo no final. Como todo gênero cinematográfico, as comédias românticas foram ficando cada vez mais clichês e perdendo força, mas o que parece é que elas estão voltando aos poucos e ganhando muito espaço nos serviços de streaming. Um exemplo disso é o caso de Para Todos os Garotos que Já Amei (2018), A Barraca do Beijo (2018), no cinema este ano ainda tivemos Que Horas eu Te Pego? e agora o novo sucesso da Amazon Prime: Vermelho, Branco e Sangue Azul.

O filme, que dá vida à obra literária de mesmo nome da escritora Casey McQuiston, fez um enorme sucesso antes de chegar às telas, seja por ser um gênero que encanta os adolescentes, seja por tentar trazer algo diferente. Aqui temos uma comédia romântica LGBT leve, descontraída e agradável de acompanhar.

A trama conta a história de Alex (Taylor Pérez), filho da presidenta dos EUA, que acaba se envolvendo em uma confusão com Henry (Nicholas Galitzine), Príncipe da Coroa Britânica. Diante disso, os dois são obrigados a passar um tempo juntos, transformando a inimizade em amizade e posteriormente em algo mais. Com uma premissa simples de inimigos que se apaixonam, o filme introduz rapidamente as diferenças entre os personagens, o cenário político da corrida presidencial e a alegoria monárquica, que se faz presente o tempo todo, entrelaçando os personagens e a narrativa.

O filme se desenvolve a partir dessa relação de inimigos para amigos de forma bastante rápida, o que pode ser um defeito levando em consideração a duração do segundo ato. Nesse ponto, tenta desenvolver as relações dos protagonistas, mas os anseios políticos de Alex e, em seguida, os medos de Henry acabam sendo abordados. Talvez por se tratar de uma adaptação literária, o roteiro se perca um pouco em relação ao que deve ser desenvolvido, confiando bastante no carisma e na química dos protagonistas, o que, de fato, é muito bom.

Taylor Pérez tem um charme inegável e convence em seu papel. Talvez você acredite mais nas cenas dele junto com Henry do que como um jovem idealista com consciência de classe, mas dá para aceitar tranquilamente. Quanto a Nicholas Galitzine, ele traz mais o charme de um príncipe da Disney do que o charme de fato dos príncipes britânicos (que na verdade não possuem muito charme). No entanto, ele também convence, e se não fosse pelo roteiro que não faz muita questão de desenvolvê-lo ou de trazer essa alegoria e obsessão britânica em torno da monarquia, seria ainda melhor.

O filme vacila ao tentar ser sério, perdendo a confiança para encarar essa seriedade de frente. No entanto, ele consegue se reerguer ainda no segundo ato, que, por consequência, é longo e chega a beirar a monotonia. Felizmente, a história se recupera ao entregar um terceiro ato digno de uma comédia romântica. Nesse momento, um escândalo midiático abala tanto a Casa Branca quanto o Palácio de Buckingham, proporcionando um desfecho que se afasta consideravelmente da verossimilhança, mas que aquece o coração

Apesar desses deslizes no roteiro, o filme cumpre o papel de uma boa comédia romântica, sendo leve, com personagens com química, uma história que te envolve na trama, proporcionando uma experiência despretensiosa, alegre e satisfatória.

Ficha Técnica

Título: Vermelho, Branco e Sangue azul

Ano: 2023

Direção: Matthew López

Roteiro: Matthew López e Ted Malawe

Duração: 121 minutos

País de Origem: Estados Unidos

Elenco: Taylor Pérez, Nicholas Galitzine, Uma Thurman, Rachel Naomi Hilson, Sarah Shahi.