‘Besouro Azul’ é divertido, emocionante e inspirador como todo filme de super-herói deve ser

Novo filme da DC prova que filmes de super-heróis funcionam mesmo que sejam simples e bem feitos.

Inicialmente pensado para ser lançado no HBO Max, plataforma de streaming que pertence a Warner Bros. Discovery, Besouro Azul é o novo filme da DC que vai estrear nesta quinta-feira (17). 

Apesar de ser um filme de um super-herói que não é tão popular entre o público geral, mesmo ele aparecendo em animações e contendo um legado nos quadrinhos da DC, para nós brasileiros a maior surpresa do filme foi a escalação de Bruna Marquezine para interpretar a protagonista feminina do longa. Mas depois eu falo mais sobre a atriz. 

Besouro Azul conta a história de Jaime Reyes, um jovem de origem mexicana que acaba ganhando poderes devido ao um artefato alienígena que controla totalmente o seu corpo, dando um exoesqueleto “robótico” com diversas armas. Com perigos que o cerca, Jaime deve lutar para proteger sua família. 

Algo que eu fiquei pensando bastante antes de assistir Besouro Azul foi quando me lembrei de um tweet que falava que um dos maiores problemas em filmes de super-heróis era o aprofundamento que eles davam às famílias dos protagonistas. Confesso que fiquei com isso na cabeça, mas depois de assistir o filme, tive a certeza que isso é a maior besteira. 

O Besouro Azul é o primeiro super-herói latino protagonista da DC nos cinemas e o filme deixa bem claro quais as intenções em trabalhar com o Jaime, que assume o manto do personagem nos quadrinhos da DC desde 2006. O filme deixa muito bem claro que a história é sobre uma família de origem mexicana que vive nos Estados Unidos. 

Existem inúmeros, ou a maioria, de filmes de super-heróis que possuem algum envolvimento familiar. Seja do super-herói escondendo a sua identidade secreta, ou do protagonista que possui algum trauma familiar pela falta de mãe e pai, os filmes seguem uma linha de história. Em Besouro Azul não é diferente, mas o que torna ele tão lindo é a forma que nós nos enxergamos. 

A América Latina tem muita pluralidade e cada país possui suas culturas, mas Besouro Azul aquece o nosso coração quando ele nos apresenta uma família formada por personagens carismáticos, fortes e que de alguma forma representa uma família muito unida e ouriçada. 

Isso faz com que a história seja o grande pontapé de Jamie, que acaba de se formar na faculdade e volta para sua cidade para ficar com os pais e procurar um emprego. Tudo começa a desandar quando vem o primeiro desafio: a família será despejada por conta das Indústrias Kord, que está tomando a cidade e a destruindo. 

Não vou mentir e dizer que é um dos melhores filmes do gênero, mas Besouro Azul tem sim o seu charme. O filme faz check em todos os requisitos para um filme de super-herói, mas ainda é um filme que tem bastante coração. O filme entrega o que se propõe e não tem medo de assumir isso. A história do filme também não é lá aquelas grandes coisas, beira um pouco no genérico, mas ainda assim é um filme que funciona e que usam outros artifícios para entreter o público… e dá super certo. 

Xolo Maridueña é um ator bem novo e faz bastante sucesso na série Cobra Kai da Netflix. Aqui ele se mostra um ator muito carismático e que consegue encarnar muito bem o personagem, mostrando que o papel caiu como uma luva pra ele. Nós temos diversos exemplos de super-heróis jovens que foram interpretados por atores como Tom Holland e Andrew Garfield, mas acredito que o Xolo tem star quality ótimo e que vai se destacar bastante em outras produções. 

O que falar da Bruna Marquezine? Mesmo não tendo conseguido o papel de Supergirl em The Flash (o que foi ótimo, já que o papel da personagem no filme é tão ruim), Bruna até que se deu bem. 

É sempre muito emocionante ver algum artista brasileiro ganhando o mundo, principalmente se essa pessoa é uma das atrizes que cresceu aos olhos do povo brasileiro. Jenny Kord, a personagem de Bruna, é tão carismática e incrível que deixa qualquer brasileiro orgulhoso. Ela não é aquela personagem que precisa ser salva. Mesmo sem superpoderes, ela dá aquele truque para conseguir ajudar o protagonista. 

Se Besouro Azul tem um ponto negativo talvez seja dos vilões. Susan Saradon interpreta Victoria Kord, a vilã principal do longa, mas não convence muito. Embora entendemos suas motivações, a personagem é quase que distante do filme, passando esse cargo para Raoul Trujillo, que dá vida ao vilão Carapax. 

O personagem de Raoul é bem mais interessante. Embora ele seja apenas um capanga de Victoria, ele tem suas questões pessoais e traumas, que são um dos momentos mais simbólicos e bonitos do filme. 

Besouro Azul pode ser aqueles filmes que o público geral pode esquecer um dia, mas com toda certeza ele prova que por mais que o gênero esteja passando por momentos complicados, ainda existem filmes que conseguem entreter, emocionar e trazer uma boa história para inspirar gerações